Galinha tenta chocar uma bola de golfe, baleias se perdem e ficam encalhadas. Os erros, ao que tudo indica, parecem ter um papel fundamental na vida aqui na Terra.
Costumamos associar a ideia de erro a algo negativo: uma distração, um passo em falso, uma falha que nos afasta do que desejamos. Mas, e se erros fossem, na verdade, essenciais para o próprio ato de viver? Essa é a ideia que uma nova teoria traz à tona, explorando como os erros não são só inevitáveis, mas uma característica fundamental dos seres vivos.
Para entendermos melhor, vamos pensar na diferença entre coisas vivas e objetos inanimados. Partículas de areia, pedras, máquinas – tudo isso obedece rigorosamente às leis da física. São previsíveis e não fazem “escolhas erradas”. Mas seres vivos, como nós, não operam da mesma forma. Quando observamos a natureza, vemos pássaros que às vezes constroem ninhos frágeis, peixes que caem em iscas, ou mesmo humanos que cometem erros diários. Esses comportamentos desviantes são sinais claros de que a vida está sempre testando possibilidades, ajustando estratégias e, às vezes, tomando decisões que não funcionam.
Esse padrão de “errar” faz parte do que estudiosos chamam de “normatividade biológica”. Seres vivos, ao contrário das partículas inanimadas, possuem objetivos próprios. As árvores buscam a luz, os animais procuram comida e segurança, e todos nós, de algum jeito, estamos tentando sobreviver e nos adaptar. Quando um erro acontece, ele muitas vezes revela os limites e as possibilidades dessa adaptação.
Na visão dessa teoria, o erro não é apenas um defeito, mas sim um caminho para a inovação e para a evolução. A capacidade de experimentar, mesmo que isso inclua falhar, é o que nos permite aprender e evoluir. Esse processo pode ser notado em aspectos que vão desde pequenas adaptações comportamentais até grandes mudanças evolutivas ao longo de gerações. Na natureza, cometer erros pode até mesmo ser uma estratégia de sobrevivência, uma forma de descobrir novas maneiras de se adaptar ao ambiente.
A teoria dos erros como uma essência da vida propõe uma nova maneira de entender nossa própria existência. Em vez de tratar os erros como algo a ser evitado a todo custo, ela nos convida a vê-los como elementos que moldam quem somos. Cada passo em falso que damos pode ser uma oportunidade para aprender, crescer e até para descobrir uma versão mais resiliente de nós mesmos. Afinal, viver é, também, aprender a lidar com as próprias falhas.
